domingo, 26 de abril de 2009

ANJO DA ESTRADA



Engraçado como as coisas da vida acontecem normalmente, de um jeito que, toda a nossa vida passa em nossa frente e só depois que paramos e com calma refletimos é que chegamos à conclusão de que nada acontece por acaso.
Este fato que aconteceu comigo em abril de 2000 carrego até hoje em minha mente como um dos mais marcantes e que me causam arrepios todas as vezes que me lembro.
Após passar um final de semana um tanto frustrante em uma casa de campo em Mairiporã, uma vez que pretendia namorar a dona da casa e não consegui nada com ela, resolvi que voltar para casa, em São Paulo, era a minha melhor opção.
Na época, eu tinha apenas dinheiro suficiente para poucas regalias, como uma mera saidinha à noite e, no mais, ficava sem reserva de dinheiro. Sendo assim, já na estrada de volta a Grande São Paulo, já passava das 22h30min quando no meio do caminho já não tinha a certeza se a gasolina que tinha no carro daria para chegar à minha casa.
Mesmo com medo, continuei guiando o carro confiante que daria para chegar, quando de repente vejo no lado direito da estrada uma criança de uns cinco anos sentada com a cabeça nos joelhos e uma bela marca de derrapagem com o seu fim em uma ladeira na estrada.
Fiquei com receio de parar pensando em um assalto no meio da estrada, porém alguma coisa me fez dar uma freada e voltar de ré uns cem metros, já que havia passado do local.
Sai do carro e o cheiro de pneu queimado dava a idéia de que um acidente devia ter ocorrido ali e logo o menino que estava sentado se levantou e agarrou a minha perna na hora e chorando muito conseguiu ainda dizer:
“Minha mãe está lá no carro... Chama ela pra mim... Cadê a mamãe?!?!”
Neste momento peguei a mão da criança que tremia e fui até a beira do local da queda do carro e percebi que as luzes do freio estavam ligadas, porém, estava há uns quinze metros para baixo da estrada. Perguntei o nome do menino que não parava de chorar chamando pela mãe, e me disse que se chamava Felipe e continuou a chorar assustado.
Assim, alguns carros começaram a responder ao meu aceno para parar e pedir ajuda e dois carros pararam depois de grande insistência dos meus acenos. Um senhor parou e me perguntou o que havia ocorrido e disse:
“A criança me chamou a atenção e parei quando vi o acidente comecei a pedir ajuda na estrada.”
O senhor olhou-me com olhar de quem não estava entendendo muita coisa, foi até a beira do penhasco e, vendo o carro, correu direto ao carro dele dizendo que iria chamar o Resgate pelo celular.
Até este ponto a criança ainda estava atravancada em minha perna chorando muito a ponto de molhar a minha calça com as suas lágrimas.
Em poucos minutos a Ambulância do Resgate já estava no local e foi direto para o local onde estava o carro acidentado e com curiosidade dei uma olhada no local, quando um moço que saiu da Ambulância e me disse:
“Pode deixar que agora eu cuido do menino.” E caminharam para Ambulância.
Tranqüilizei-me um pouco quando os vi entrando na Ambulância.
Assim, próximo ao local da queda pude ver o trabalho do pessoal do Resgate que se empenhava em retirar a pessoa que estava no carro, e poucos minutos depois sobe pelas mãos dos bombeiros na prancha médica, a mãe do menino que respirava, a meu ver, com dificuldade e toda machucada pelo acidente. Logo após a vinda da moça, veio outro bombeiro com uma criança nas mãos, toda inerte quando o bombeiro veio subindo dizendo:
“A criança não resistiu, está morta.”
Quando pude olhar o rosto da criança, fiquei tonto a ponto de quase perder o chão de tanto que minhas pernas tremiam: era a mesma criança que me chamou na estrada, que me agarrou as pernas chorando, e que fora atendido pelo bombeiro que o encaminhou para dentro da Ambulância. Mas, como isso????!!! Será que estava sonhando??!!!, - pensei - e fui ate a Ambulância que estava a alguns metros de distância e, olhando para dentro dela, claro, não havia mais ninguém.
Como a maioria dos que estavam no local comigo, começaram a ir embora, pensei também em ir, porém, não conseguia sair do lugar e só depois de uma meia hora e com o lugar já quase vazio, fora o guincho, que, com muito esforço tentava tirar o carro acidentado, é que tive coragem de entrar no carro e seguir viagem até em casa, mesmo com a imagem do menino ainda em minha mente.
Entrei no carro e para minha surpresa, quando dei a partida o meu tanque estava cheio, isto mesmo, estava cheio.
Mais calmo, mais ainda tenso, cheguei em casa com o corpo todo dolorido, me joguei no sofá e refletindo, cheguei à conclusão de que o espírito do menino me chamou para ajudá-lo a salvar a sua mãe, sendo que o bombeiro que veio buscá-lo comigo era um destes vários espíritos iluminados do Departamento Médico do Alto e, eles, por uma espécie de recompensa, me ajudaram com a gasolina.
A figura daquele anjinho que estava na estrada e me chamou ainda permanece muito presente em minha mente.

Um comentário:

  1. Dani.

    A Luciana esta aqui do meu lado e quer saber se é verdade que somos apenas amigos e se o seu marido Mauricio sabe que somos tão amigos como somos, a ponto de ter um blog juntos para expormos as nossas experiencias?
    Tambem quer saber se ele aprova este nosso envolvimento (amizade)?

    Dani, sou eu mesmo que estou escrevendo, não se assuste com isso. A Luciana só quer saber a verdade.

    Por Favor poste no blog para deixar publico, claro e limpo tudo que somos um para o outro.

    Alias, ela pede tambem que o Mauricio, se aprovar, seja um seguidor do nosso blog e poste um comentario sobre tudo isto.

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